segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Marketing Estratégico

Do Bem, um caso de sucesso sem um departamento de Marketing

Marca aposta em sucos de frutas frescas, mídia espontânea, relacionamento e redes sociais

Case Do BemColocar frutas em caixinhas divertidas. Essa é a missão da Do Bem. A empresa carioca nasceu há três anos e, desde então, vem mostrando ao mercado que é possível oferecer uma solução saudável e prática de sucos de frutas que ainda proporcione uma experiência diferenciada.


Com ações de Marketing focadas em mídias digitais e relacionamento, além de embalagens com design diferenciado, a Do Bem conseguiu se destacar e hoje seus sucos estão presentes em mais de 400 pontos-de-venda do estado do Rio de Janeiro. Do produto em si à marca, passando pela estratégia adotada e pela filosofia da empresa, tudo na Do Bem é diferente.

A história começa em 2007 quando o administrador de empresas Marcos Leta, cansado do ambiente corporativo, decide acumular conhecimento para produzir um suco de caixinha que não levasse água, açúcar, conservante, nem qualquer outro aditivo. Ou seja, apenas frutas.

Para que serve uma gravata?
Para isso, Leta enquadrou a gravata, literalmente, e visitou os Estados Unidos e países europeus a fim de conhecer a tecnologia utilizada lá fora. Com o conhecimento adquirido, o profissional aproveitou a abundância de frutas frescas no Brasil e conseguiu criar um suco com a praticidade de uma bebida de caixinha sem perder as propriedades das frutas, tudo para que o consumidor tivesse em casa a experiência das casas de sucos tão tradicionais no Rio de Janeiro.

De lá pra cá, a equipe cresceu e hoje conta com cerca de 12 pessoas que compartilham os mesmos valores da Do Bem. Quem trabalha na empresa, por exemplo, é convidado a enquadrar o que mais detestava em seu antigo trabalho, como Leta fez com sua gravata. Nessa brincadeira, tem até foto de ex-chefe e no site da empresa os internautas podem responder a pergunta “pra que serve uma gravata?”.

Além disso, às sextas-feiras, todos trabalham de chinelos. O casual day – comum entre as empresas – na Do Bem evoluiu e se chama Havaianas Day. Sem um departamento de Marketing, a marca investe em mídias sociais e no relacionamento bem próximo dos consumidores. Muitos deles verdadeiros fãs da Do Bem.

Case Do BemPersonagens no lugar das frutas
A mídia espontânea gerada principalmente por blogs na época do lançamento deu visibilidade e contribuiu para o crescimento da empresa. Outro passo importante para o reconhecimento da marca foi a entrada nas lojas da rede de supermercados Zona Sul. Para isso, os sucos Do Bem passaram por um teste cego, junto com marcas concorrentes.

Segundo Marcos Leta, dos dois diretores e três consumidores que experimentaram as bebidas na ocasião, quatro preferiram as da Do Bem, o que deu o sinal verde aos produtos. Para promover a marca nos pontos-de-venda, a empresa contou com ações de sampling que, não só geravam experimentação, como também comunicavam as propriedades e os diferenciais dos sucos.

“Quando o consumidor olha para o produto sabe que é diferente, mas ainda não consegue entender o conceito de imediato. Esse é um desafio pra Do Bem. A fruta deve estar dentro da caixinha. Temos que trabalhar nas embalagens o conceito bem-humorado, divertido”, diz Marcos Leta, em entrevista ao Mundo do Marketing, sobre a ausência de fotos ilustrativas de frutas nas embalagens, substituídas por simpáticos personagens.

Case Do BemVai com tudo
A mudança das garrafinhas iniciais para embalagens da Tetra Pak de um litro também foi fundamental para a expansão da marca nos pontos-de-venda. O suco de laranja passou de 14 dias de validade para quatro meses, enquanto os outros três sabores (limonada, açaí com morango, maçã e guaraná e mamão com laranja, maçã e banana) conseguiram estender o seu tempo de vida útil para sete meses. Foram cerca de oito meses de testes para conseguir preservar as bebidas com o sabor desejado.

A novidade mais recente são as caixinhas na versão de 200 ml, com textos e frases que fogem do comum, como “vai com tudo”, no lugar de “fure aqui”, para manter a característica divertida dos produtos. As novas caixinhas também acompanham a expansão da marca, antes só vendida nos supermercados Zona Sul.

“Queremos chegar a quatro mil pontos-de-venda no Rio. É um projeto para os próximos três ou quatro anos. As pessoas precisam entender que o produto é benéfico para elas, que queremos deixar algo bacana para as gerações futuras”, explica Leta.

Os benefícios aos quais o executivo se refere vão desde o fato de que os sucos são feitos apenas de frutas frescas, sem adição de conservantes, à preocupação que a marca tem com a saúde do planeta. No site da Do Bem é possível ler a Pegada Carbônica, estudo da Cantor, e saber qual é a emissão de CO2 da empresa, que promete reduzir o número em 20% ainda este ano.

Case Do BemCarro personalizado roda pelo Rio de Janeiro
Desde dezembro do ano passado, a marca tem um aliado na hora da promoção. É o Frutomóvel, um carro personalizado que roda o Rio de Janeiro ofecerecendo degustação e ampliando o conhecimento dos consumidores sobre os produtos e a filosofia da Do Bem.

O sucesso é tanto que o shopping Fashion Mall procurou a Do Bem para oferecer os sucos aos seus clientes do estacionamento VIP. A empresa também estará nas praias do Rio de Janeiro. A marca volta a circular com os seus galões de suco pela orla, depois da proibição da comercialização de bebidas em galões durante a operação de choque de ordem na cidade do Rio. Ações como essas ajudam a manter o contato da marca com clientes e prospects.

É exatamente este relacionamento um dos aspectos mais importantes na cultura da empresa. A Do Bem deixa todos os seus canais de comunicação à disposição dos clientes e faz questão de respondê-los de forma pessoal e direta. “Quando comecei a montar a Do Bem, mandei e-mails para todas as grandes empresas como Nestlé e Coca-Cola. Todas as respostas que eu recebia eram automáticas. Não quero que com a Do Bem seja igual. Recebemos muito carinho nestes e-mails, além de reclamações que são muito construtivas”, acredita o fundador da marca.

Case Do BemExpansão prevê SP, MG e sul do país
Com planos de expansão para São Paulo, Minas Gerais e sul do país, a empresa já trabalha em soluções para manter o relacionamento estreito com os consumidores, como a reformulação do site nos próximos dois meses, que promete um conceito inovador, segundo Marcos Leta. Além do site, canais como Facebook, Twitter e Flickr também são monitorados o tempo inteiro e seguem o mesmo formato que os e-mails: devem ser respondidos em no máximo 24 horas.

Outra ação importante para a marca são os seus vídeos. O primeiro – que promovia o suco de laranja – fez tanto sucesso que foi escolhido para passar nos intervalos do Reading Festival, no ano passado. O festival acontece na Inglaterra e a última edição reuniu bandas como Radiohead, Arctic Monkeys e Kings of Leo. Criado pelo escritório de design Hardcuore, de Breno Pineschi, em parceria com Rafael Cazes e trilha de João Brasil, o vídeo já foi acessado por mais de 400 mil pessoas na internet.

Já o segundo vídeo da marca promove a versão de açaí com morango, maçã e guaraná. Para este ano estão sendo produzidos novos trabalhos que divulgam os sabores que a marca lançará. Com tanta personalidade, dá até para imaginar a Do Bem como uma marca conceito, que vai além dos sucos. Mas Leta não tem planos de extensão de marca.

“Quando eu olho a Do Bem imagino uma experiência de bom-humor, criativa. Mas o nosso negócio é realmente suco, fruta e bebidas saudáveis. Não pensamos em desenvolver outros produtos. Acho que acaba perdendo o foco. Tem tanta bebida pra criar”, acredita.

E as lojas Do Bem, são um plano? “Sempre tivemos esse sonho, mas é preciso encontrar o ponto certo. Nossa maior fonte de inspiração são as casas de sucos e a praia.

Mundo do Marketing

Abraços!

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